sábado, 28 de outubro de 2017

Gantz

          Numa incrível relação de amor e ódio com Gantz. Desde o início fui muito crítica com relação a essa história. Confusa demais, eu pensei, ao ver o anime. Nem imaginava que o mangá era uma viagem umas cem vezes mais inacreditável [ou incrível, dependendo de quem lê..].


Curtam a página deles no Facebook. Vale a pena.


          O início: dois adolescentes morrem dilacerados por um metrô, ao tentar salvar um mendigo que havia caído nos trilhos. E aqui uma coisa que o anime explora demais, e eu adoro: as pessoas como realmente são, em seus instintos mais miseráveis. Ninguém os ajuda, e eles acabam não conseguindo sair dos trilhos [o mendigo sobrevive, se é que você se preocupou.. aí está]. Até aí normal, o estranho é que eles acordam num quarto com outros desconhecidos e uma bola preta enorme que diz que eles morreram e agora terão de participar de um jogo [isso e o fato de serem transportados como numa impressora 3D. Além de poderem retomar suas vidas quando terminam a missão]. No jogo eles ganham pontos por cada missão cumprida, e a possibilidade de sair do jogo ao completar 100 pontos.

Eles têm acesso a armas e uma vestimenta preta, que serve como uma armadura, e que também potencializa suas forças [e é uma coisa super colada ao corpo, e convenhamos, fanservice deve ter ganhado boa parte da popularidade do mangá]. Eles tem um alvo definido por Gantz (a bola preta). Esse alvo é sempre um alien, ou mais de um, ou tantos que você perde a conta.




          Os personagens evoluem fisicamente conforme enfrentam novos inimigos [típico de um shounen]. Eles também evoluem emocionalmente ao ver colegas virarem amigos e então virarem cadáveres, ou serem devorados por monstros, e serem ressuscitados [é, também pode acontecer. E se podemos ressuscitar pessoas com tecnologia, de que é feita a alma? O que torna os humanos uma espécie mais especial que as outras do planeta?]. E aqui entra uma das maiores questões do mangá: Quem são os monstros na verdade? Por que, para quem e contra quem eles estão lutando? 

          As nuances entre bem e mal deixam de parecer bem definidas, e o caráter dos personagens é posto à prova. O caráter dos anônimos também, quando, nas lutas finais, aparecem pessoas conversando em chats e demonstrando seu apoio ou seu ódio de acordo com o que a mídia mostra, e que também é observado nas famílias dos participantes. Pouca gente parece manter alguma opinião quando a mídia diz que as coisas são de outra forma. Cabe aqui a importante reflexão: você está mesmo tendo opinião própria ou somente engolindo qualquer merda que a mídia te joga? [logo teremos eleições presidenciais, ou assim espero, abram os olhos... ou uma página de navegação e pesquisem sobre as pessoas que pretendem eleger.. seu futuro está mais em suas mão do que você imagina.]

          Depois de tudo isso ainda temos vampiros [parte que não ficou bem explicada.. Gosto de vampiros (irrelevante)], invasões de alienígenas gigantes, e também tem romance, que acredito, seja uma das coisas que mantém a porra toda junta. Isso e a amizade, sempre acho essa uma das coisas mais impressionantes em animes: o poder da amizade. Achei interessante as várias citações que acontecem ao longo do anime, de filmes e afins. Me lembrou uma citação [que não lembro mais de quem é], que diz que um bom livro sempre faz referência a outro. Acredito que essa seja uma boa forma de entender um pouco mais o autor: vendo suas preferências.








Acho que japoneses realmente gostam dos contos da Mamãe Gansa.

          E, hey, atenção aos detalhes. O cara desenha pessoas sendo cortadas, dilaceradas, tripas saindo do corpo, aliens, dinossauros, maquinário tecnológico ultra detalhado, com peças minúsculas, lutas, diversos cenários, naves espaciais. Além de envolver no enredo temas adolescentes, razões políticas, guerra, romance, interesses pessoais e humanos, mitologia, crenças, invenções próprias, etc. É muita dedicação e imaginação.
          O anime teve duas temporadas de 13 episódios cada, uma pelo estúdio Gonzo e outro pelo estúdio Fuji Television [tentando lembrar se senti essa diferença, mas já se vão quase 10 anos que assisti..]. O anime não conta toda história do manga, na verdade é uma pequena parte, e também tem um filme em CGI (que é uma forma de animação 3D, em que, teoricamente, os personagens e cenários são mais próximos da imagem real [mas e o que é real pra você?]) de 2016: Gantz:O [disponível na Netflix], da Digital Frontier, que conta mais uma parte, como uma continuação, mas não engloba o resto da história. O mangá tem 37 volumes, e foi lançado no Brasil pela Panini, também há um jogo para Playstation 2.

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