domingo, 18 de agosto de 2013

Morte Súbita

Autor: J.K. Rowling




Gênero: Romance/Ficção
Editora: Casa dos Livros
Nº de Páginas: 512




"Você nem sabe quem é o pai, né, sua puta? Tô lavando as minhas mãos, Terri. Já chega: agora você vai se virar sozinha."





Impossível não fazer comparações com a antiga série da autora, Harry Potter [Passei boa parte do livro esperando algum bruxo surgir de algum beco escuro...], mas este é um romance completamente sóbrio que gira em torno da morte de um homem: Barry Fairbrother. Barry teve uma espécie de rompimento de uma veia no cérebro e morreu [acho que é a isso que chamam derrame, mas sei lá...]. Então, todo o pequeno distrito de Pagford passa a viver de mexericos, e a tentar substituí-lo como membro do Conselho Distrital [e a história é isso... a morte paira durante todo o livro, meio deprimente]. O conselho de Pagford está dividido entre os pró-Fields e os que são contra [Fields é uma espécie de favela, a qual Pagford e Yarvil ficam se desfazendo da responsabilidade de manter e administrar]. Barry era proveniente de Fields, mas estudou em Pagford, venceu na vida e decidiu ajudar o seu lugar de origem. Após sua morte, os demais conselheiros tentam jogar a responsabilidade de Fields para Yarvil, que parece contente em recebê-la, uma vez que estão em período de eleições [mais votos...].

Há também, é claro, os que assim com Barry, tentam manter a administração de Fields em Pagford. Mas nada é realmente altruísta, todos tem razões pessoais para isso, como a admiração que sentiam por Barry. E mesmo o caixão ainda não tendo adentrado sete palmos na terra, todos estão como urubus em volta do cargo de conselheiro. Após o lançamento das candidaturas, começam a aparecer mensagens no site de Pagford, que falam em nome do Fantasma de Barry Fairbrother [aí dá pra se pensar "É agora!", só que não...]. O fantasma faz acusações aos membros do conselho, com o intuito de ridicularizá-los frente aos habitantes locais. No fim são só relações pessoais mal resolvidas, e rancores antigos que se vão revelando.





Autora: Escritora britânica nascida em Yate, 1965. Tornou-se famosa pela série Harry Potter, em sete livros lançados entre 1997 e 2007, mais Os Contos de Beeddle, o Bardo, Animais Fantásticos & Onde Habitam, e Quadribol Através dos Séculos, todos vinculados a série. É a autora mais lida do mundo, tendo sua obra traduzida para mais de 73 línguas. Recebeu a Ordem do Império Britânico, por serviços prestados a literatura infantil, entre outros prêmios literários ou não. Apóia um grande número de causas beneficentes e é fundadora da Lumo, instituição que trabalha para transformar a vida de crianças carentes no mundo todo. 






C.P.: O livro é uma tremenda crítica social. Pessoas ricas [ou a chamada classe média alta..] que estão pouco se lixando para o lado pobre da cidade, e ainda acham que eles sujam a imagem da mesma, e não trabalham porque são uns preguiçosos. Há também a luta contra os vícios e a pobreza. Toda a mesquinhez e crueldade adolescente, e a pouca atenção que os pais dão aos filhos. Toda a porcaria que as pessoas guardam para si, tentando manter um casamento ou as aparências. Mostra o lado sórdido das relações humanas e sociais da atualidade [quando Barry morre as pessoas mal podem esperar o dia amanhecer para ligar para alguém e contar a novidade...]. A leitura inicial do livro é bem lenta, com apresentações de diversos personagens, sendo que muitos deles são detestáveis [me lembra os tios do Harry...], mas o final é bem rápido, com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo [como seria a subida e a descida de uma montanha-russa.]. A linguagem neste livro também se torna mais adulta, são usados palavrões e o sexo é explicitado. E independentemente de tudo a vida segue. Claro, ainda acho que a autora deveria voltar para a fantasia, onde ela é mestra incontestável.


Link para o livro:


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