sábado, 29 de junho de 2013

Contos: Versões da Chapeuzinho

Pra início de conversa: porque Chapeuzinho se ela usa é uma capa?? [tradutores...]. Prosseguindo, este é um conto do séc. XIV, de origem européia, que foi repassado ao longo dos anos pela tradição oral, muito comum a época [conseguimos remontar as velhas amas ou avós que reuniam as crianças para lhes contar histórias...]. Nos dias atuais, muitos desses contos são atribuídos a Charles Perrault [que ao estilo He-Man mostrava a moral da história ao final de cada conto...], ou aos irmãos Grimm, que os reuniram em antologias nos século XVII e XIX, respectivamente. Como os contos foram repassados por gerações e em diversas localidades, há variações entre eles. Como o fato de a Chapeuzinho ser ou não devorada pelo Lobo, ou a Vovó sair com vida da barriga dele, ou ainda a existência do Lenhador/Caçador. Isso sem falar das versões modernas [como Deu a Louca na Chapeuzinho...], que descaracterizam completamente o conto, criando algo totalmente novo, mas mantendo como base os personagens conhecidos.

Foco de análises, Chapeuzinho Vermelho passa a ser desde um alerta as crianças para que não falem com estranhos ou entrem em florestas [pois realmente havia casos de ataques de lobos], a um conto moralista sobre como as garotas não devem dar ouvidos a estranhos, pois podem ser devoradas [literalmente ou figurativamente... o fato é que o conto é bastante associado ao enfoque sexual, em que o manto vermelho seria uma representação do ciclo menstrual, ou da perda da virgindade... Até mesmo era popular dizer que uma garota que tivesse perdido a virgindade "havia visto o Lobo"]. Ilustradores também aderem a esta temática sexual dos contos, ou então a uma versão em que a Chapeuzinho não é tão ingênua assim, e é ate mesmo uma caçadora e/ou psicopata assassina.

Uma versão francesa conta que o Lobo esquarteja a Vovó e a cozinha, então quando a Chapeuzinho chega, ele disfarçado lhe oferece a carne e o sangue da avó como se fosse vinho. Ela come e bebe, e após o canibalismo inconsciente, ainda começa um ritual de strip-tease a mando do Lobo, que diz que jogue a roupa no fogo, pois não precisará dela. Ao fim desta versão, Chapeuzinho consegue fugir. Na versão de Perrault ela é devorada, e o conto acaba. Os irmãos Grimm possuem duas versões: uma em que um caçador aparece e tira a Chapeuzinho e a Vovó vivas da barriga do Lobo, e outra na qual elas enganam o Lobo e o afogam numa panela, caindo pela chaminé [tipo Os Três Porquinhos..].

Uma coisa muito interessante é que estes contos sobrevivem aos séculos, sendo levemente alterados, ou mantidos por escritores. Até mesmo é possível termos ouvido variações dos contos quando criança [coisa que se tem perdido hoje em dia... triste...]. E eles sempre se vão renovando, e mantendo sua base inicial: a garotinha que vai visitar a avó na floresta, e encontra o Lobo; o Lobo que se disfarça, e as frases: "Ó avó, que orelhas grandes você tem!" "É para melhor te escutar!", "Ó avó, que olhos grandes você tem!" "É para melhor te enxergar!", "Ó avó, que mãos grandes você tem!" "É pra melhor te agarrar!", "Ó avó, que boca grande, assustadora, você tem!" "É para melhor te comer!" [ou em outras palavras... eu prefiro o final em "devorar"].

Eis algumas ilustrações ou fotos que achei por aí [adoro a visão sombria dos ilustradores...]:






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