domingo, 9 de dezembro de 2012

As Valquírias

Deidades menores da mitologia nórdica, as Valquírias eram as servas de Odin [equivalente a Zeus... também chamado Wotan] que resgatavam as almas dos mortos em combate [as almas dos mais corajosos] e levavam a Valhala, para se prepararem para a grande batalha do Ragnarok [apocalipse no qual os deuses deixariam de existir]. Eles lutariam todos os dias e festejariam todas as noites. Elas, eram também responsáveis por levar os recados de guerra de Odin, e até mesmo decidir o curso das batalhas no Midgard [Mundo dos Homens], protegendo os favoritos dos deuses. A deusa Freya [deusa do sexo, da sensualidade, da fertilidade, do amor, da beleza, da atração, da luxúria, da música e das flores] chefiava as guerreiras, e assim lhe era permitido ficar com metade dos guerreiros escolhidos, que eram levados a seu palácio [sabe-se lá com que propósito...].


Eram jovens, bonitas, loiras de olhos azuis e altas. Usavam armaduras e elmos, escudos, espadas e lanças. Dizia-se que que a Aurora Boreal era causada pelo brilho de suas armaduras e escudos, ao sobrevoarem os céus em seus cavalos alados. Conhecidas como Deusas da Guerra. Seu nome significa algo como "As que escolhem os que vão morrer" ou "As donzelas que escolhem os mortos". Nos tempos antigos, eram cultuadas com sacrifícios animais, sendo 31 de janeiro a data dedicada as Deusas Guerreiras. Por vezes, eram retratadas como esposas de heróis vivos. E, supostamente, as sacerdotisas humanas se transformariam em Valquírias.

Desde tempos remotos, os germanos pagãos parecem acreditar em ferozes espíritos femininos seguindo o comando do Deus da Guerra, espalhando o caos, e capturando, ou devorando, os espíritos dos mortos em combate.



"Tecemos, tecemos a teia da lança,
Enquanto vai adiante o estandarte dos bravos.
Não deixaremos que ele perca a vida;
As Valquírias tem o poder de escolher os aniquilados...
Tudo é sinistro de se ver, agora, 
Uma nuvem de sangue atravessa o céu, 
O ar está vermelho com o sangue de homens
Enquanto as mulheres da batalha entoam sua canção."

[Darradarljod (Passagem das Lanças) - Njáls Saga]


As Valquírias originais eram Brynhild [Correspondente de Batalha], Sigrun [Runa da Vitória], Kara [Voragem], Mist [Névoa], Skogul [Batalha], Prour [Força], Herfjotur [Grilhão de Guerra], Raogrior [Paz do Deus], Gunnr [Lança da Batalha], Skulld [Aquela Que Se Torna], Sigrdrifa [Nevasca da Vitória], Svana, Hrist [A Agitadora], Skeggjold [Usando um Machado de Guerra], Hildr [Batalha], Hlokk [Estrondo de Guerra], Göll [Choro da Batalha], Randgrior [Escudo de Paz], Reginleif [Herança dos Deuses], Rota [Aquela Que Causa Tumulto], e Göndul [Bastão Encantado]. Podiam formar grupos de nove, treze ou vinte e sete Valquírias, e também se metamorfosear em cisnes ou corvos.




Richard Wagner compôs uma ópera chamada As Valquírias, que ajudou a popularizar o tema. É a segunda parte da tetralogia O Anel dos Nibelungos [obra em que foi inspirado o épico O Senhor dos Anéis. Por sua vez Wagner se inspirou na lenda nórdica da Saga de Volsunga]. Há também um filme [homônimo a tetralogia], em que a temática dos deuses é completamente abandonada, focando-se apenas na maldição do anel [e em algo meio "o filho de um grande rei que foi abandonado para sua segurança, mas agora descobriu sua origem e veio reclamar seus direitos"...].




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