domingo, 22 de julho de 2012

Contos de Fadas

Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges
Gênero: Contos de Fadas
Editora: Zahar
Nº de Páginas: 284



"[...] mas é tão desajeitado e estranho. Simplesmente vai ter de ser expulso."


Coletânea de contos em seu formato original [como foram registrados pelos autores em seus países e épocas]. Também conta com ilustrações originais. Algo sobre os autores [mais para recolhedores de contos]:




Charles Perrault (1628-1703):

Escritor e advogado francês. Ao registrar em livro os contos de sua infância, produziu uma obra com apelo popular inédito [era pouco comum na época destinar livros ao público infantil]. As Histórias ou Contos do Tempo Passado, com Moralidades foram publicadas sob o nome do filho de Perrault. Mais tarde, a obra receberia o título de Contos da Mamãe Gansa, pelo qual ficaria mais conhecida. Contos: Cinderela, Pele de Asno, O Gato de Botas, O Pequeno Polegar, Chapeuzinho Vermelho e Barba Azul.





Jeanne-Marie Leprince de Beaumont (1711-1780): 

Escritora francesa, ex-governanta e mãe de muitos filhos, entre 1750 e 1775 lançou uma série de antologias de histórias, contos de fadas e anedotas. Em uma delas, Le Magasin des Infantes (1757), aparece o seu mais conhecido conto: A Bela e a Fera, versão mais enxuta da história publicada em 1740 por Madame de Villeneuve. Autora também de romances, Madame de Beaumont continuou a escrever até o fim de sua vida. 




Jacob Grimm (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859): 

Com seu irmão Wilhelm, o linguista e escritor Jacob Grimm, fundador da filologia alemã [ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão histórica, a partir de documentos escritos] , dedicou-se a recolher contos populares de regiões de língua alemã. Publicada em dois volumes, em 1812 e 1815, a coletânea Contos da Infância e do Lar trazia piadas, lendas, fábulas, anedotas e narrativas tradicionais de toda sorte. De início, o projeto dos irmãos era erudito: queriam preservar impressa a cultura oral "pura" do povo alemão, ameaçada pela urbanização e industrialização. Mas, ao longo dos anos e das várias edições, o público alvo foi mudando: a edição compacta, publicada em 1825, reunindo apenas cinquenta das histórias, já era voltada para crianças, e tinha cunho educativo [que parece ser a versão deste livro]. Contos: A Bela Adormecida, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João e Maria.



Hans Christian Andersen (1805-1875):

Escritor dinamarquês famoso sobretudo por seus Contos (1835-1872), considerados obras-primas da literatura infantil. Filho de um sapateiro e uma lavadeira, seu primeiro contato com contos populares dinamarqueses deu-se no quarto de fiar do asilo onde sua avó trabalhava. Ao contrario de Perrault e dos irmãos Grimm, Andersen reivindicava a autoria das histórias que publicava, mesmo admitindo serem algumas inspiradas em contos que ouvira em sua infância. Contos: A Roupa Nova do Imperador, O Patinho Feio, A Pequena Vendedora de Fósforos, A Pequena Sereia e A Princesa e a Ervilha.







Joseph Jacobs (1854-1916): 

Folclorista e historiador austríaco, lançou coletâneas de fábulas e contos de fadas do mundo todo. Reuniu contos britânicos com vistas a recuperar este legado folclórico. Para isso contou, inclusive, com a ajuda dos próprios leitores, a quem pediu que lhe enviassem contos. Todo esse esforço resultou em quatro volumes, sendo o primeiro English Fairy Tales (1890). Contos: João e o Pé de Feijão e A História dos Três Porquinhos.





Há também A História dos Três Ursos, que é um conto anônimo [Cachinhos Dourados, como é mais conhecido]. Ilustrações:

 
 
 
 
 
 C.P.: Já vi e ouvi diversas versões destas histórias, sempre com algumas divergências, mas com a estrutura básica sempre igual. Os estúdios Disney propagaram os contos de uma forma encantadora [ainda assim com uma visão de mundo adulta em que as crianças são tratadas como incapazes, e assim são protegidas]. Nesse livro são mostradas duas versões de Chapeuzinho Vermelho [Perrault e Grimm], na primeira a Chapeuzinho e a Vovó são devoradas pelo Lobo. Na segunda a Chapeuzinho e a Vovó são devoradas, mas um caçador abre a barriga do Lobo com uma tesoura, e as liberta [meio sem noção um caçador andar com uma tesoura... sem falar das vítimas saírem ilesas da barriga do Lobo]. Muito linda a história da Pequena Vendedora de Fósforos. A da Pequena Sereia é muito triste. Barba Azul é um psicopata. A Princesa e a Ervilha [adoro esse] é contada de forma extremamente resumida. Agora, A Roupa Nova do Imperador, mostra de forma cabal a sociedade, principalmente no que tange a Arte Moderna [Um vigarista diz que algo é belíssimo, e que somente os tolos não conseguiriam perceber. Então todos se curvam a vontade do vigarista e ainda o aplaudem. Somente as crianças não são afetadas, pois elas não vivem para alimentar sua vaidade].

Link para o livro:

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