terça-feira, 12 de junho de 2012

Elizabeth Bathory - A Condessa Sangrenta

 Elizabeth Bathory [original Erzsébet Báthory], nasceu em 7 de agosto de 1560. Entrou para a história por uma suposta onde de crimes violentos, a ponto de ser conhecida como "A Condessa Sangrenta" ou "A Condessa Drácula".

Os Bathory faziam parte de uma das mais antigas e nobres famílias da Hungria. Elizabeth cresceu num tempo em que os turcos conquistaram a maior parte do território húngaro. A área era também dividida por disputas religiosas, tendo a família Bathory optado pela nova onda de protestantismo que fazia oposição ao catolicismo romano tradicional. Quando criança, conviveu com todo tipo de atrocidades, vendo inclusive suas irmãs serem violentadas e mortas por rebeldes em um ataque a seu castelo. Sofreu doenças repentinas, acompanhadas de intenso rancor e comportamento incontrolável.

Vaidosa e bela, ficou noiva aos onze anos de idade, do Conde
Ferenc de Nadasdy. Aos catorze engravidou de um camponês, escondendo-se até a chegada do casamento, que ocorreu em maio de 1575. O Conde Nadasdy era um militar, e passava longos períodos fora, em campanha. Assim, Elizabeth assumia os deveres de cuidar dos assuntos do castelo da família Nadasdy. Foi a partir daí que suas tendências sádicas começaram a aparecer [disciplinando um grande contingente de criados, principalmente mulheres jovens].

Adulta, tornou-se uma das mais belas aristocratas. Quem se encontrava em sua presença jamais poderia imaginar que, por trás daquela atraente mulher, se escondia um prazer mórbido em ver o sofrimento alheio. Numa época em que o comportamento cruel e arbitrário para com os criados era algo comum, o nível de crueldade de Elizabeth era notório. Ela não punia apenas, procurava motivos para castigar e se deleitava na tortura e na morte de suas vítimas. Espetava alfinetes em lugares sensíveis das vítimas, como sob as unhas, e chegou a rasgar os cantos da boca de uma serva ao abrir-lhe as mandíbulas. A fama de vampira veio por morder e dilacerar a carne de suas criadas. Há um relato de que uma criada puxou seus cabelos acidentalmente ao penteá-los, Elizabeth espancou-a e algumas gotas de sangue caíram em suas mãos. Ela se encantou ao perceber que sua pele havia clareado no lugar, após o sangue secar. Parte daí os relatos de que tomava banhos de sangue para se manter sempre jovem.

O marido Ferenc juntava-se a ela nesse comportamento sádico: ensinou-lhe a despir uma mulher e cobrir-lhe o corpo com mel, para deixá-la a mercê dos insetos [prática de verão]. No inverno, executava as vítimas fazendo-as se despir e andar pela neve, despejando água gelada nelas até morrerem congeladas.

Em 1604, seu marido morreu, e ela se mudou para Viena. Passou também algum tempo em sua propriedade de Bhekov e no solar de Cachtice, cenários principais de seus atos mais famosos e depravados. A partir de então, encontrou uma parceira de crimes, Ana Darvulia [suposta amante, ensinou novas técnicas de tortura e tomou parte nos banhos de sangue. Em seu porão [Cachtice] havia uma gaiola pendurada no teto, construída com lâminas. A Condessa sentava-se abaixo desta gaiola, onde era colocado um prisioneiro. Um guarda o espetava e atiçava com uma lança comprida, assim o prisioneiro se debatia e cortava nas lâminas da gaiola, banhado Elizabeth com seu sangue.

Quando Darvulia adoeceu, Elizabeth passou a cometer muitos deslizes, como deixar os corpos nos arredores da propriedade, chamando a atenção dos moradores e das autoridades. Arranjou logo uma nova parceira Erzsi Majorova, viúva de um fazendeiro local.

Majorova parece ter sido responsável pelo declínio mental final de Elizabeth ao encorajá-la a incluir algumas mulheres de estirpe nobre entre suas vítimas. Com sua fama nenhuma criada queria servir a Condessa Sangrenta. Seguiu, então, o conselho de Majorova: matou uma jovem nobre e encobriu o fato alegando suicídio.

As investigações contra os crimes de Elizabeth Bathory começaram em 1610, supostamente o seu verdadeiro objetivo era confiscar os bens dos Bathory e suspender o pagamento da dívida contraída a seu marido pelo rei. A Condessa foi presa em 26 de dezembro, e o julgamento teve início alguns dias depois. Em uma segunda sessão, uma semana após, foi apresentado como prova um diário, contendo aproximadamente 650 de vítimas mortas pela acusada, escritos com sua própria letra. Outras provas consistiam em testemunhas.

Seus cúmplices foram condenados a morte, sendo a forma de execução determinada por seus papéis nas torturas [cúmplices: o servo Ficzko, a ama dos filhos Helena Jo, Dorothea Szentos (Dorka), e Katarina Beneczky, uma lavadeira]. A Condessa foi condenada a prisão perpétua, em um aposento de seu próprio castelo, com entrada somente para comida e ar [castelo Cachtice]. Morreu três anos após, no dia 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras dos Bathory, em Ecsed.

Após sua morte, os arquivos do julgamento foram lacrados, porque a revelação de tais atos seria um escândalo para a comunidade húngara. Cem anos mais tarde, o padre jesuíta Laszlo Turoczy, localizou alguns dos documentos originais e reuniu histórias que circulavam nos arredores de Cachtice. Tudo isso foi incluído em seu livro sobre a história da Hungria, lançado em 1720, durante a onda de vampirismo na Europa Oriental.





C.P.: Tudo muito fascinante e macabro [mais uma vez mostrando minha personalidade mórbida]. Apesar disso, tudo pode ter sido invenção. Nunca houve provas contra a Condessa, e a coroa húngara lucrou com sua espoliação. Uma viúva rica meio que muito má. A banda Cradle of Filth baseou a capa de seu álbum "Cruelty And The Beast" na Condessa Sangrenta [talvez algumas músicas].


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